Vida no cinema

Uma obra de arte certamente não é a sua vida. Sua vida é acordar todo dia e ir trabalhar, estudar, batalhar, sair com os amigos, etc. Não sejamos tão ingênuos ou fanáticos a ponto de pensar que possa ser. Mas eu acredito que uma forma de expressão artística pode realmente mudar a sua vida. Uma música, um quadro, filme, livro ou apresentação que expressa tudo o que, de repente, está se passando em sua cabeça naquele momento, ou o que nunca havia lhe ocorrido até aquele momento.
A paixão por filmes foi uma influência que acredito ter vindo do meu irmão mais velho, que sempre gostou de ficar alugando filmes e com quem sempre tive uma relação de amizade e admiração.  Mas isso tornou-se mais do que um hobby para mim depois de alguns anos. Não que eu goste de ver tudo que aparece pela frente, embora não dispense quase nada, pois para dar uma opinião, seja positiva ou negativa, tenho que ver. É, acho que gosto de ver tudo o que aparece pela frente! rs... O que eu gosto mesmo é de analisar a forma como alguém ( na verdade várias pessoas ) consegue contar uma história tão bem contada a ponto de mudar a vida de outras pessoas. Quando não é por esse motivo, eu adoro os efeitos especiais, imaginar como foi produzido tudo aquilo, como os caras são bons atores, como a edição é bem feita, como o figurino é perfeito, como tudo aquilo retrata, de alguma forma, a vida real, mostrando o desenvolvimento e a forma das personagens, que sentem alegria, tristeza, felicidade, decepção, sofrimento, dor, e tudo o mais, de forma tão convincente que chegue a causar lágrimas nos olhos ou dor na barriga de tanto rir. Não importa o gênero, pode ser drama, terror, suspense, comédia, romance, policial, aventura ou musical. A criatividade é o mais importante: o modo como dentro de um gênero muitos outros se desenvolvem, como uma vida se cria ali dentro da telinha que estamos olhando, como tudo se encaixa e nos faz refletir sobre milhares de outras coisas que acontecem com a gente de verdade. Uma história de superação, de amor, de sobrevivência, de medo, de aprendizado, de tudo o que faz parte de nossos dias, de nossa experiência nesse mundo. Tudo o que às vezes parece mais real e valioso do que a nossa própria realidade, por mostrar aquilo que sabemos que é ou que gostaríamos que fosse verdade.
Mergulhar nessa coisa de ver filmes é interessante porque, na minha opinião, é capaz de nos fazer viver outra realidade, num universo paralelo que criamos pra nós, num espaço de tempo tão curto que nos faz acreditar ser de verdade o que é de mentira. Quando apertamos o botão de parar e deixamos de lado por alguns instantes, acabamos com a angústia, a dor, a felicidade ou o terror e voltamos pra nossa vida real, onde não é possível pausar para ir ao banheiro ou tirar uma soneca, parar quando não estiver gostando o suficiente ou avançar um capítulo, um episódio, quando não desejamos ver algo muito difícil de encarar. É preciso continuar involuntariamente com a diversidade de gêneros, sem escolha, e quando acabar, somente aí é que, talvez, saberemos quem estava nos assistindo e apertou o stop.

O show de truman

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