Lavar a louça é um ato de gratidão
Quando casei-me, há aproximadamente três anos, a única coisa que realmente me incomodava mais do que eu imaginei que poderia incomodar (na vida a dois), era a louça suja sobre a pia. Sim, pessoas, a louça fazendo aniversário na pia me deixava bastante irritada e confesso que até hoje ela ainda desafia minha capacidade de aceitação e paciência. Entretanto, pratos por lavar hoje em dia não são mais motivo de raiva, mas tornaram-se uma grande oportunidade de reflexão para mim, pois é um momento em que consigo repensar a minha vida, rever os conceitos, desenvolver a sabedoria e ampliar meus horizontes. “Se você não consegue mudar uma situação, mude o seu pensamento” foi uma das maravilhas que eu aprendi morando no Templo Zulai, e essa frase tão simples e curta realmente mudou minha vida e me fez perceber que a resolução de quase todos os nossos problemas depende da forma como pensamos. Quando estava participando do retiro no Templo nós lavávamos louça praticamente todos os dias, e lá compreendemos que não era só lavar por lavar que importava, mas sim observar a incrível diferença que um pensamento ou intenção pode fazer no nosso dia-a-dia.
Desde que sai do retiro, eu pensei muito em todas as vezes que eu fiquei sentada em frente à TV, enquanto minha mãe lavava a louça sozinha na cozinha, em todas as vezes que estava frio mas ela estava lá fazendo tudo que nem eu, meu pai ou meus irmãos tínhamos a iniciativa de fazer para que ela descansasse um pouco também, afinal, todos nós éramos responsáveis pela sujeira, mas quase sempre, só ela limpava. Pensei nas vezes em que eu passo, atualmente, em frente à porta da minha sogra e que em 90% do tempo ela está lá lavando louça, e pensei em todas as vezes que meu marido passa pela pia abarrotada e a negligencia porque ele, como a maioria dos homens brasileiros, infelizmente foi educado para deixar a louça para a mulher mais próxima lavar.
Depois de muita reflexão acerca deste tema, eu concluí que lavar a louça pode ser um ato de amor. Porque quando eu lavava a louça no Templo Zulai, eu o fazia com prazer, porque sabia do significado profundo que aquilo tinha, sabia que tinha grande valor a agregar com aquela ação e que era um ato de gratidão em relação às pessoas que haviam cozinhado, aos meus colegas, ao Templo, a mim mesma, por ser capaz de fazer algo por mim e pelo mundo. Então por que eu não posso pensar assim em minha própria casa também? Só porque aqui eu conheço quem mora comigo o suficiente para julgar que ele não irá retribuir o ato? Será que esse pensamento está correto ou eu também precisava mudar?
A verdade é que não se pode mudar os outros, mas podemos mudar a nós mesmos o tempo todo, tornando tudo ao nosso redor muito melhor. Não importa se ninguém irá se sentir responsável pela louça que suja, o importante é que eu assuma a minha parcela de responsabilidade e que eu aproveite este momento para crescer também. No Templo Zulai os afazeres domésticos eram perfeitamente divididos: cada dia uma pessoa lavava o banheiro, varria o chão, arrumava as camas, tirava o pó dos móveis, e todos compartilhavam a responsabilidade sobre as coisas. Os serviços de limpeza e arrumação eram momentos de meditação também, pois ao contrário do que pensamos, não se faz meditação apenas sentados em posição de lótus, mas o tempo todo: no momento do exercício físico, em um passeio ao ar livre, deitado na cama antes de dormir e, por que não, na hora da faxina também! Por onde formos, portanto, podemos transformar a nossa vida e é nosso dever também conscientizar as pessoas que nos cercam.
Em outras palavras, não estou defendendo a ideia de que se deve assumir todas as responsabilidades do lar sozinhos, tudo tem que ser dividido mesmo, mas nem todo mundo pensa ou age da mesma forma e isso não deve motivo de estresses desnecessários, mas sim de reflexão e evolução pessoal. Em minha casa, por exemplo, percebi que meu marido tem mais habilidade ou aptidão pra outras coisas, diferentes do que eu tenho. Eu gosto de lavar a louça enquanto ele tem mais aptidão pra lavar as roupas, que é algo que eu detesto fazer, então, porque é que eu deveria me apegar com o fato de ele não lavar a louça? As pessoas não tem que ser como queremos ou como somos! E pensar sobre isso já é um grande aprendizado, além de tornar a vida mais leve.
Eu sempre gostei de lavar louças, e a partir do momento em que eu deixei de julgar ou de me importar com o comportamento alheio eu me senti livre. Hoje eu faço esta atividade cantando e feliz porque sinto-me privilegiada. Sim, é isto mesmo que você leu, sinto-me sortuda por poder fazer isto enquanto muitas pessoas por aí não podem. Esses dias, por exemplo, estava vendo o vídeo de uma garota que teve meningite quando criança e acabou perdendo os dois braços e as duas pernas. Ela estava mostrando como desenvolveu habilidade para abrir uma lata de refrigerante sem ter as duas mãos. Você já parou pra pensar no quanto é privilegiado por ter as duas mãos perfeitamente saudáveis? Por ter duas pernas funcionais quando muitas pessoas por aí não tem essa felicidade de poder sair andando ou correndo? Fiquei pensando no quanto é fabuloso ser capaz de fazer tudo por mim mesma, sem depender de ninguém. Sob uma ótica dessa, ninguém deveria reclamar de lavar a louça, não acham?
E se a gente cansa das tarefas domesticas, o que de fato um dia acontece, ou se de repente a vida parecer uma rotina muito difícil de suportar, sempre temos a opção de mudar e contratar alguém que possa nos ajudar de vez em quando. Não há nenhum problema nisso, certo?
Depois de muita reflexão acerca deste tema, eu concluí que lavar a louça pode ser um ato de amor. Porque quando eu lavava a louça no Templo Zulai, eu o fazia com prazer, porque sabia do significado profundo que aquilo tinha, sabia que tinha grande valor a agregar com aquela ação e que era um ato de gratidão em relação às pessoas que haviam cozinhado, aos meus colegas, ao Templo, a mim mesma, por ser capaz de fazer algo por mim e pelo mundo. Então por que eu não posso pensar assim em minha própria casa também? Só porque aqui eu conheço quem mora comigo o suficiente para julgar que ele não irá retribuir o ato? Será que esse pensamento está correto ou eu também precisava mudar?
A verdade é que não se pode mudar os outros, mas podemos mudar a nós mesmos o tempo todo, tornando tudo ao nosso redor muito melhor. Não importa se ninguém irá se sentir responsável pela louça que suja, o importante é que eu assuma a minha parcela de responsabilidade e que eu aproveite este momento para crescer também. No Templo Zulai os afazeres domésticos eram perfeitamente divididos: cada dia uma pessoa lavava o banheiro, varria o chão, arrumava as camas, tirava o pó dos móveis, e todos compartilhavam a responsabilidade sobre as coisas. Os serviços de limpeza e arrumação eram momentos de meditação também, pois ao contrário do que pensamos, não se faz meditação apenas sentados em posição de lótus, mas o tempo todo: no momento do exercício físico, em um passeio ao ar livre, deitado na cama antes de dormir e, por que não, na hora da faxina também! Por onde formos, portanto, podemos transformar a nossa vida e é nosso dever também conscientizar as pessoas que nos cercam.
Em outras palavras, não estou defendendo a ideia de que se deve assumir todas as responsabilidades do lar sozinhos, tudo tem que ser dividido mesmo, mas nem todo mundo pensa ou age da mesma forma e isso não deve motivo de estresses desnecessários, mas sim de reflexão e evolução pessoal. Em minha casa, por exemplo, percebi que meu marido tem mais habilidade ou aptidão pra outras coisas, diferentes do que eu tenho. Eu gosto de lavar a louça enquanto ele tem mais aptidão pra lavar as roupas, que é algo que eu detesto fazer, então, porque é que eu deveria me apegar com o fato de ele não lavar a louça? As pessoas não tem que ser como queremos ou como somos! E pensar sobre isso já é um grande aprendizado, além de tornar a vida mais leve.
Eu sempre gostei de lavar louças, e a partir do momento em que eu deixei de julgar ou de me importar com o comportamento alheio eu me senti livre. Hoje eu faço esta atividade cantando e feliz porque sinto-me privilegiada. Sim, é isto mesmo que você leu, sinto-me sortuda por poder fazer isto enquanto muitas pessoas por aí não podem. Esses dias, por exemplo, estava vendo o vídeo de uma garota que teve meningite quando criança e acabou perdendo os dois braços e as duas pernas. Ela estava mostrando como desenvolveu habilidade para abrir uma lata de refrigerante sem ter as duas mãos. Você já parou pra pensar no quanto é privilegiado por ter as duas mãos perfeitamente saudáveis? Por ter duas pernas funcionais quando muitas pessoas por aí não tem essa felicidade de poder sair andando ou correndo? Fiquei pensando no quanto é fabuloso ser capaz de fazer tudo por mim mesma, sem depender de ninguém. Sob uma ótica dessa, ninguém deveria reclamar de lavar a louça, não acham?
E se a gente cansa das tarefas domesticas, o que de fato um dia acontece, ou se de repente a vida parecer uma rotina muito difícil de suportar, sempre temos a opção de mudar e contratar alguém que possa nos ajudar de vez em quando. Não há nenhum problema nisso, certo?
Ser feliz é uma escolha!
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