O vestido vermelho



Com aquele vestido vermelho lindo, esvoaçante, ouvindo os melhores sons do planeta e sentindo o vento passar pelo meu cabelo, sentindo tocar o meu rosto, abrandando o calor do sol e trazendo o ruído gostoso que faz quando carrega as folhas secas caídas das árvores no fim da estação... Até mesmo a chuva seria bem vinda e cairia muito bem neste cenário, assim de repente, sem nenhum aviso prévio, descolorindo a visão, lavando a alma da ilusão. Seria uma cena de filme, eu sairia correndo e você correndo atrás, meus cabelos ficariam pingando de chuva e de repente só existiríamos nós dois e mais ninguém, mas pareceria fantástico demais para ser real, fazendo o resto da minha vida parecer ainda mais desinteressante e monótona do que já era antes de tudo isso acontecer e eu cairia na real.
Eu queria usar essa cor para sempre, sem nunca enjoar, e ouvir a voz do Raphael Santos PH (rs) e dos outros caras que fazem eu me sentir totalmente alheia ao tempo e ao espaço, ambos limitados demais para minha extravagante felicidade. Como num papo de cinema ou de bar. Por que é que tudo não pode fazer sentido sem precisar fugir da realidade? “Haverá paraíso sem perder o juízo e sem morrer?” Como eu poderia saber?
Não é preciso voltar no tempo, nem parar nele, eu nem quero isso, mas queria sim que ele fosse irrelevante diante da vontade de ser e viver tudo aquilo que sonhamos. Queria a inconsciência de vez em quando. A obrigação de ser é que estraga tudo.
Well, sometimes I go out by myself
And I look across the water
And I think of all the things of what you're doing
In my head I paint a picture
 Since I've come home
Well, my body's been a mess
And I miss your ginger hair
And the way you like to dress
 Oh, won't you come on over?
Stop making a fool out of me
Why don't you come on over, Valerie?

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