Nosso mundo virtual
É por meio dela que a nossa solidão, muitas vezes, se despedaça pelo chão, de forma inegavelmente tola. Por onde adquirimos uma infinidade de informação e conhecimentos que jamais conseguiríamos na década de nossos avós, por exemplo. Onde temos a oportunidade de expressar nossos sentimentos e pensamentos, estudar e até mesmo adquirir um diploma de nível universitário ou pós graduação, onde podemos trabalhar e ganhar dinheiro o suficiente para sustentar a família e muito mais, por onde podemos pagar as nossas contas, efetuar pesquisas, agendar atendimentos, bater papo com pessoas distantes, reservar vôos, hotéis e passeios. Por meio dela somos o que quisermos ser, mesmo se o outro, do outro lado do mundo, nem quiser saber. Por meio dela, fazemos novas amizades, amizades que pareceriam impossíveis de encontrar em outras circunstâncias diferentes das que a atualidade nos permite. Mascaramos nossas verdadeiras intenções (se assim for o nosso desejo), nos vestimos do jeito que nos faça parecer melhor, escondemos as partes feias e fazemos parecer muito mais do que realmente somos, de verdade. Ela proporciona o fim e o começo de relacionamentos, a perduração e o amadurecimento de amizades através dos anos e permite a expansão de nosso pequeno mundo.
A internet, com todas as suas
facilidades, fez com que nosso universo particular se tornasse o que estávamos
dispostos a fazer dele, já que, de alguma forma, no final das contas somos,
nesse mundo virtual, o que somos no mundo real. Com o uso desse avanço
tecnológico, não precisamos mais ir à biblioteca do centro da cidade para
pesquisar um trabalho da escola e nem escrever folhas e folhas de papel almaço
para entregar aos professores, eles que nem precisam mais utilizar mimeógrafos
e nem máquinas de escrever para preparar suas provas. Nós não precisamos mais
sair batendo de porta em porta com um currículo na mão e nem gastar milhões com
um telefonema para um parente que esteja no Japão. São tantas as vantagens que
eu poderia listar dezenas, mas ela também trouxe a confiança mascarada, as
facilidades de enganar e interagir de forma maléfica, prejudicando a vida de outras
pessoas, pois a falta de caráter ao vivo e a cores permanece nesse mundo
virtual e se prolifera como fogo na floresta. O fácil acesso a violência ou
pornografia, por exemplo, converte precocemente a vida de crianças em adultos,
que trocam, muitas vezes, a interação social das brincadeiras e jogos na rua,
com os amigos de verdade, por jogos virtuais e uma vida virtual, tornando-se
pessoas despreparadas para o desenvolvimento de uma simples conversa
pessoalmente, e enfrentando os mesmos riscos da vida moderna e real, de forma
bem mais rápida e incontrolável para os pais. Ela também pode contribuir para a
falta de comunicação dentro de casa, pois muitas vezes as pessoas estão tão
envolvidas com a comunicação na tela que nem sequer vêem a mãe, o pai ou o
irmão passarem pelo quarto. Um dia desses faltou energia em casa e ficamos
horas batendo papo em família, ouvindo as histórias do meu pai e dando risadas juntos
e eu percebi o quanto a gente nunca mais tinha feito isso, em nosso dia-a-dia
moderno e agitado, o quanto esse tipo de integração faz falta em nossa vida.
De uma forma ou de outra, eu,
como tantas outras pessoas, sou uma amante da Internet. Ela torna possível a
realização de sonhos que eu jamais imaginei que seriam possíveis. Ela invade a
vida das pessoas que desejam serem melhores e permite sua exibição, alcançando
o mundo inteiro e não apenas o bairro ou a cidade. Essas formas de expressão se
difundem tão rápido, trazendo oportunidades de sucesso e maravilhosas trocas de
conhecimentos entre as pessoas que verdadeiramente desejam passar uma mensagem
boa e positiva para os outros, e com isso, mudar o mundo para melhor. Com o bom
uso dessa ferramenta, podemos nos mostrar e conhecer um infinito mundo de
possibilidades que está bem à nossa frente, ao alcance das mãos. Para quem sabe
usar, ela é a melhor criação da humanidade nos últimos anos.
Um mundo de sonho, ilusão,
fantasia? Mundo sem limites, de verdade, de mentira? Não importa muito, desde que
você utilize para o bem, sempre.
Um link do portal Cinema com Rapadura, que gosto muito, e fala sobre o assunto de forma divertida e interessante: RapaduraCast 253 – Internet, a confiança Mascarada e Anônima
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