"O céu pode se abrir"
Fim de ano é sempre a mesma coisa
pra mim, uma super alegria por ficar de papo pro ar, sem ter nada pra fazer e
uma super sensação de monotonia e cansaço por não saber o que fazer, nem no
curto prazo, ou seja, para relaxar e curtir o momento, e nem no longo prazo, ou
seja, no futuro ano que se aproxima. Não que eu não tenha planos para o futuro,
claro que tenho, mas não sou o tipo de pessoa metódica ou organizada o
suficiente para ficar calculando os gastos, os riscos ou as rotas
detalhadamente. Muitas vezes confesso que gosto de ver pra onde a brisa vai
soprar, sem saber ao certo aonde ela vai me levar...quem sabe, “lightning
could strike”.
Fazendo uma retrospectiva desse meu
2011, muitas coisas, como sempre acontece na vida, não ocorreram conforme o
esperado, mas muitas foram “ok”. Se colocasse em uma balança todos os pontos
negativos e positivos, acredito que ela ficaria perfeitamente equilibrada, mas
é que eu sempre tenho a impressão (às vezes errada) que acabei perdendo muito
de mim nos detalhes do caminho que eu percorri. Eu sempre acho que poderia ter
sido uma pessoa melhor, sabe? Pode ter corrido tudo bem e tal, mas dentro de
mim eu to quase sempre me sentindo meio down,
mas suponho que faça parte do pacote.
Bem, recapitulando, começamos o
ano com esperança, aquela que dizem que é a última que morre... Foi bem difícil
dividir o tempo entre estudar para o concurso público que eu queria passar,
para as provas da faculdade e ainda fazer o TCC, mas como dizem “no final
sempre dá tudo certo, se não der é porque não chegou o final ainda”. Na
faculdade deu tudo certo realmente, embora não tenha alcançado a nota que
desejava no TCC, mas no concurso público, embora tenha atingido uma nota muito
melhor do que esperava, infelizmente não foi suficiente para continuar no
processo seletivo. Acredito que tem coisas nessa vida que acontecem por um
motivo específico, então, bola pra frente. Em meados de março eu resolvi criar
esse blog, que foi uma iniciativa muito legal porque pude criar um espaço pra
mim, um espaço que reservei para aquela pessoa que nem sempre gosta muito de
gente, que nem sempre se importa com o que os outros vão pensar, que se frustra
com coisas triviais e se enche de ficar repetindo ou tentando explicar as
coisas únicas e loucas que às vezes passam por sua cabeça. Aquela que, vez ou
outra, quer que o outro adivinhe mesmo o que está pensando, que tem ciúme de
todo mundo, que morre de medo do escuro, de ficar sozinha em casa, de baratas e
da solidão... Anyway... o blog foi
uma ótima iniciativa, mas sentir a necessidade de criá-lo, não foi bom sinal.
Em junho veio o fim da faculdade,
aquela sensação de alívio, felicidade e liberdade, com direito a festa de
formatura e tudo. Daí veio o falecimento do meu cãozinho Pumba, as auditorias
cansativas no trabalho, o aniversário de 30 anos, a descoberta do mundo dos
podcasts, a escolha de lutar muaythai, a viagem para Porto Alegre, uma
cachorrinha chamada Baleia, as festas de confraternização e mais um ano acabou!
Eu não casei, não fui morar
sozinha, não comprei uma casa ou um carro, não fiz uma viagem para fora do país
e nem consegui poupar o dinheiro que deveria. Eu não aperfeiçoei o meu inglês,
não fui fazer vestibular para engenharia, não pensei em pós-graduação, não tive
tanto tempo extra como pensei que teria. Gastei aproximadamente 720 horas
dentro de um ônibus nos últimos seis meses, o que chega perto de 30 dias
perdidos para o estafante trânsito que encaro todo dia para ir trabalhar em São
Paulo. Se eu me sinto uma pessoa melhor? Nem um pouco. Eu poderia ter feito
muitas coisas, mas qualquer caminho que eu tivesse seguido, sempre estaria
chegando a essa mesma conclusão, no final das contas.
O que eu desejo para o ano que
vem? Muitos dos meus mais profundos desejos eu não poderia postar aqui, e antes
que as mentes brilhantes trabalhem de forma magnífica lendo essa parte, eu não
me refiro a desejos sexuais ou algo do tipo [hehehe], refiro-me a coisas que
não posso explicar aqui nesse momento, mas tenho certeza de que algum dia
poderei, e assim o farei, com muito prazer. Refiro-me também a desejos grandes
e ousados demais, como que o mundo seja um lugar melhor pra gente viver, que as
pessoas sejam melhores para esse mesmo mundo, que a gente encare menos fome,
menos violência, menos doenças e menos sofrimento daqui pra frente...e que o
fim não aconteça assim, de repente, em 2012. \o/
Dos desejos mais concretos, tenho
planos simples como estudar inglês, fazer vestibular para uma pós-graduação ou
para um novo curso superior, prestar algum concurso público, talvez finalmente
ir morar mais perto do trabalho (ou trabalhar mais perto de casa, nunca se
sabe), entre outras coisas. Gostaria mesmo é de tomar as decisões certas dessa
vez, às vezes me sinto meio cansada de errar, mesmo que não tenha errado tanto
assim. É o jeito como eu me sinto no final do dia. De qualquer forma, o meu desejo a
todos é de um 2012 cheio de realizações, ou seja, que a gente drible a preguiça, o
cansaço ou a desilusão e dê alguns passos a mais no caminho da sabedoria e da
paz de espírito, seguindo sempre com saúde, que é o mais importante pra
permitir que a gente conquiste e realize todo o resto. E mais do que tudo, olhando para o topo da pirâmide de Maslow, aquela que citei na minha primeira postagem aqui, que a gente consiga encontrar [e oferecer] muito mais do que esperamos nessa vida, que façamos valer a pena e modifiquemos nossa existência como a das outras pessoas ao nosso redor. Que fujamos do habitual, do comum, do corriqueiro e quebre novos tabus, desfaçamos paradigmas e salvemos alguma vida, quem sabe... mas façamos algo novo e espetacular, que mude a vida de alguém ou a nossa própria vida, pois "loucura é fazer sempre as mesmas coisas e esperar resultados diferentes".
E se o mundo acabar de repente em
2012, não teremos o que lamentar [nunca mais]... e a gente se vê por aí, em algum outro lugar, quem sabe até melhor do que
este...nunca se sabe, "O céu pode se abrir" ;-)
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