Live Together, Die Alone
Há algum tempo tenho escutado
podcasts de alguns sites como Jovem Nerd, Monalisa de Pijamas e Cinema com Rapadura, me tornando, inevitavelmente, viciada! Comecei quando um amigo me apresentou, há alguns meses, os monacast,
que tratam de assuntos diversos e quase sempre direcionados para o mundo feminino, e adorei. Por meio das monas descobri o rapaduracast, que trata de assuntos voltados para a cultura pop, com foco em quadrinhos e principalmente cinema. Nesse último descobri um gaúcho engraçadíssimo chamado Maurício Saldanha,
que me surpreendeu pela sensibilidade demonstrada durante as gravações dos
podcasts e do Cabine Celular, que é um site criado por ele, onde posta vídeos gravados com a câmera de um telefone celular,
ainda dentro da sala de cinema, contendo sua crítica a respeito do filme, imediatamente após a exibição, durante a passagem dos créditos. A primeira vez que ouvi uma
crítica do Saldanha até pensei que fosse uma brincadeira, pois ele chorava como
um bebê por um filme que nem chegou a me causar emoção. Logo descobri uma figura impressionante, sensível de deixar qualquer garota [como eu] se sentindo a mais "coração de
pedra" do mundo [até hoje o único filme que me causou emoção foi Marley e Eu]. Ele fez ecoar na minha cabeça até agora um só pensamento: “tenho que ver novamente todos os filmes que já vi na minha vida”.
Em um desses vídeos do Cabine
Celular, que encontrei no canal do Youtube, acabei me deparando com um onde ele falava sobre Lost, o
seriado que acabou no ano passado (e que eu sou fã de carteirinha), depois de seis temporadas turbulentas e
cheias de mistérios. Exageros à parte, foi uma das definições mais próximas do
que eu pensava do seriado, mas que eu nunca tinha conseguido expressar [até agora]. Lost realmente faz a gente refletir sobre muitas
coisas, embora eu acabe encontrando muitas formas de reflexão em todos os
seriados que assisto. A questão é que Lost tornou-se muito diferente dos demais
devido a falta de conclusão de muitas histórias e enigmas que aparecem durante
os seis anos de exibição. Tirando as minhas próprias conclusões, que
assemelham-se um pouco à crítica do Saldanha, Lost nos mostra, desde o início, a
vida como ela realmente é, e o quão perdidos somos nós, do início ao fim dessa
grande jornada que somos obrigados a enfrentar todo dia. A semelhança com a nossa vida nesse planeta não para por aí, pois
funde-se a lições de moral quando simplesmente não apresenta as respostas para
diversos questionamentos com os quais nos deparamos em todas as temporadas,
mostrando que, na verdade, nem sequer existem respostas para as nossas
perguntas e que toda a definição que criamos do que encontramos no caminho percorrido,
no final das contas, não passa de mero engano, um truque ou uma ilusão causada pela nossa
mente, pela nossa necessidade obsessiva de encontrar razões e motivos para tudo
o que presenciamos, pela nossa criatividade de inventar tantas explicações para
coisas que às vezes nem precisam ser explicadas, pela nossa ânsia por algo mais, pela
ansiedade e muitas vezes, conseqüente infelicidade.
A grande descoberta da vida em Lost era,
portanto, que na realidade, viver não passava de um amontoado de dúvidas,
receios, angústias e sensações, e que não ser capaz de aceitar ou enxergar essa
condição seria, até o final, o maior fardo a ser carregado. Era
só isso o tempo todo e nada mais do que os personagens criativos, imaginaram
e passaram a vida inteira esperando, em vão, sem curtir verdadeiramente os
momentos, sem encontrar nunca a verdadeira paz. Essa é a minha opinião. E essa é a do Saldanha:
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