Esse novembro
Esse dia seria bem mais tedioso
se não fosse pelos podcasts que ouvi o dia inteiro, principalmente pelas monas
terem lido, na Rádio Monalisa 19, o único e-mail que enviei para elas, o que me
deixou muito feliz.
Hoje foi um dia como qualquer
outro, com as cobranças estúpidas e olhares desconfiados fazendo eu me sentir a
pessoa mais incompetente do mundo, “tem dias que a gente se sente como quem
partiu ou morreu...” Confesso que consigo entender finalmente [infelizmente] por que é que a gente não consegue encontrar, aonde quer que vá, pessoas que não limitam-se a fazer o que é necessário, cumprir o
seu papel, fazer a sua parte. Porque quem faz além do que é preciso ser feito é
sempre punido, é sempre muito mais cobrado, é sempre responsabilizado, é sempre
insuficiente, incompetente. No final do dia encontrei na minha bolsa um cartão
do Pedrini, bar em que estive em Porto Alegre e pensei pela última vez na vida
em fazer uma promessa a mim mesma...mas todos os outros absurdos que sonhei vieram de novo à minha memória e eu esqueci outra vez quem eu sou ou o que eu quero de verdade, de coração...peço perdão outra vez, mas quando foi que a vida passou a ser assim tão complicada?
Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu...
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá ...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
A roda da saia mulata
Não quer mais rodar não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou...
A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola prá lá...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
O samba, a viola, a roseira
Que um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou...
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade prá lá ...
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