Vamos celebrar a estupidez humana

Todos os conceitos impregnados em nossa sociedade vêm de longa data e são tão deturpados, mal entendidos e estragados quanto qualquer outra coisa que o ser humano toca. Se você parar pra pensar, quase todos os erros da humanidade estão relacionados a uma coisa chamada ignorância, e não é no sentido de não ter estudo ou não saber ler e escrever, mas no sentido de não querer saber ou, muitas vezes, querer apenas quando é conveniente. Isso tem muito a ver com o caráter de cada um, eu sei, “a ignorância é vizinha da maldade”. Todos nós estamos em um determinado nível de estupidez porque ser humano é sinônimo de imperfeição, mas os níveis variam desde quando a ignorância é tamanha que não permite a pessoa sequer admitir que faz parte do rebanho de condenados que não sabe absolutamente nada deste mundo até o nível em que a pessoa é capaz de atingir o nirvana.
Se você participa de um processo de implantação de sistema de gestão da qualidade, por exemplo, você ouve um monte de reclamações das pessoas como se aquilo tivesse sido inventado para burocratizar ou dificultar o trabalho de todo mundo, mas a maioria simplesmente não entende que a coisa foi desenvolvida e escrita para facilitar a vida de todo mundo e que se você souber interpretar e buscar entender toda a essência, facilmente você vai perceber isso. É tudo muito mal interpretado, com pressa, de qualquer jeito, por preguiça, por pressão. As normas em geral, as leis, os procedimentos, e até mesmo as regras religiosas impostas por nossa sociedade foram criadas por pessoas que, acredito eu, criaram aquilo baseando-se em uma forma de pensamento comum e sensata para uma determinada época, e que, teoricamente, deveriam ser pensamentos revisados de tempos em tempos, mais ou menos de acordo com as mudanças ocorridas em nossa civilização, ou seja, é tudo uma questão de bom senso. O caso é que a grande maioria das pessoas simplesmente acredita ou segue cegamente aquilo que o fulano disse ou escreveu, há milênios, sem fazer a menor análise crítica do que está definido, e quando acontece essa análise, geralmente é porque a situação questiona as regras ou normas estabelecidas de uma forma que desfavorece o indivíduo, então ele se sente “forçado” a deixar a tal ética de lado e mudar de opinião a respeito do assunto ou fingir que não entendeu direito o que estava estabelecido desde sempre, porque é mais conveniente para ele, só pra não admitir que estava errado, ou por puro egoísmo mesmo. Mais ou menos como na Revolução dos Bichos, em que as regras estabelecidas, inicialmente com o consentimento de todos, foram sendo alteradas e manipuladas com o passar do tempo, por alguns poucos interessados, aproveitando-se da falta de memória política (no caso) da maior parte dos envolvidos no assunto. Assim é que o abuso de poder e autoridade, bem como o favorecimento indevido de uma minoria e a ignorância se proliferam. É assim que o mundo entra em guerra, passa pela fome e pela miséria, violência, injustiça, ditadura e escravidão. Por causa da ignorância das pessoas.
Isso se estende, desde Jesus Cristo, para os campos da religião, legislação, literatura, até percebermos o quanto essa estupidez  nos impede de entender e absorver corretamente as informações de que dispomos. A maioria das pessoas tem preguiça de pensar porque assim é mais cômodo para suas vidas, ou então utilizam a massa cinzenta para interpretar errado de acordo com a conveniência de suas próprias necessidades. Olhe ao redor e perceba que às vezes, infelizmente, é difícil distinguir quem é porco e quem é humano...


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