A gente muda o mundo ou é o mundo que muda a gente?
Eu estava assistindo TV e de repente percebi que não estava nem perto de ser perfeita, tipo aquela garota linda, cheia de dinheiro e inteligente que apareceu no programa de auditório falando sobre o banho de leite que ela toma toda noite na mansão onde mora e das viagens que fez à Europa na semana passada, minto, nem foi o lance da perfeição, o que doeu mesmo foi saber que eu estava bem longe de ser “normal”, entenda como quiser. Quando a gente é jovem, adolescente e tal, a gente ainda consegue visualizar mudanças, mas chegar aos trinta anos meio torto na vida nos faz perceber que, infelizmente, a gente tem é que se acostumar com a bagagem adquirida e a luta que nunca acaba, sem se comparar demais, exceto se for pra fazer um benchmarking. Eu gostaria mesmo de poder dizer que vejo saídas estratégicas nessa estrada, mas eu não posso porque nem mesmo escolhi sentir as coisas desse jeito, mesmo acreditando tanto em um livre-arbítrio do qual eu não sou a única que tira proveito. Talvez as pessoas estejam certas em se apegar a uma religião porque, de alguma forma, elas acabam acreditando em alguma coisa, e, consequentemente, se protegendo de diversos males, diferentemente de gente que, como eu, acaba acreditando em tudo e não acreditando em nada, ao mesmo tempo. Períodos sem acreditar em nada são altamente destrutivos e, por menores que sejam, sempre são eternamente perigosos porque existe a sensação inevitável de não se ter absolutamente nada a perder, pois a dor de existir é maior do que qualquer raciocínio lógico.
Eu queria deixar um legado muito melhor, uma mensagem de paz ou algo que pudesse mudar a vida de alguém de forma positiva, mas o máximo que eu consegui foi criar esse blog e jogar um monte de palavras vazias e sem sentido, que saem de mim quando eu já não consigo suportar a pressão da minha própria mente doente. Seria maravilhoso que as coisas fossem diferentes ou se eu pudesse simplesmente virar as costas e ir embora como se não tivesse realmente nada a perder, mas nem isso eu seria capaz de fazer porque a escravidão de responsabilidades com relação aos sentimentos alheios que eu criei, na maioria das vezes, é grande o suficiente para me fazer desisitr de mim, embora, nem sempre eu seja capaz de transmitir corretamente esse sentimento para as outras pessoas. Posso causar muito mal a qualquer um, posso não ser a filha que os meus pais sonharam ou a mulher que meu noivo mereceria, posso não ser a funcionária do ano ou a aluna com o melhor desempenho, mas o pior de tudo é sentir que não sou o que eu mesma gostaria, é não saber o que fazer para mudar por dentro, é odiar meus próprios sentimentos e pensamentos, é não sentir que mereço metade das coisas que possuo, é não ter domínio do que eu sou e do que eu sinto agora, não ser nem um pouco dona de mim para mudar tudo isso. O pior é saber que eu seria melhor se conseguisse ampliar minha visão das coisas, se não sentisse alguma coisa me puxando sempre pra baixo, alguma coisa que não vem dos outros, mas de mim mesma. Sei que parece loucura, mas às vezes acho que realmente é. Não há um jeito certo de pedir ajuda, pois não é sempre que preciso, são muitos altos e baixos, hoje estou tão down que poderia tranquilamente me deixar levar, mas e as outras pessoas que eu deixaria para trás, o que seria delas? Será que existiria perdão pra mim aonde quer que eu fosse? Tá difícil dar risada hoje.
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