Sanidade e felicidade
Uma confusão instalou-se em seus miolos no momento em que se deu conta de que era diferente da maioria e que era capaz de enxergar o que ninguém mais enxergava. Sabia que muitas pessoas já tinham passado por coisas difíceis, desde que surgiu o mundo, mas nem essa consciência era suficiente para amenizar a dor de ser um ímpar. O pior nem era sentir que era diferente, mas sim não saber exatamente se era realmente um peixe fora d’água ou se as outras pessoas é que estavam fingindo estar tudo bem, como se o mundo conspirasse, sem querer, para fazê-lo sentir-se louco. Todo mundo fazendo o óbvio e ele resolveu fazer também, pensando que se sentiria feliz porque a solidão de se sentir uma ovelha fora do rebanho doía tanto que ele achava que não poderia agüentar, mas ser óbvio também era tão deprimente e chato quanto ser diferente. Falta alguma coisa! Falta algo, falta tudo! “O que me falta?” se perguntava todo dia quando saía da cama. “Faltam miolos” concluía sempre! Faltam miolos!
“Sanidade e felicidade são uma combinação impossível” |
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