Libriana egocêntrica

Pare de fingir que se importa com o mundo.
Esses dias, indiretamente, fui taxada de egocêntrica e resolvi buscar o significado completo da palavra. Em todos os lugares que pesquisei, de um modo geral, encontrei a definição daquele que se considera o centro do universo. De acordo com dicionários, sites e sábios, egocêntrico significa aquele indivíduo preocupado consigo mesmo e seus problemas, e relativamente insensível às preocupações de outros, mas não necessariamente egoísta.
Tudo começou com um bate papo sobre signos, em um daqueles momentos em que as pessoas tentam fazer caber toda uma infinidade de pessoas dentro de um padrão de comportamento ditado por um gênero, classe, origem ou qualquer outra forma de definição de um modelo comportamental.
Confesso que essa coisa de signos é bem questionável e bem pessoal. Eu, por exemplo, não acredito em previsões, mas, admito, acho divertido ficar lendo o horóscopo de vez em quando. Quem nunca parou pra prestar atenção a um detalhe que, coincidência ou não, bate direitinho com as características de uma pessoa conhecida? Um leonino autoritário, virginiano perfeccionista, pisciano sentimental, libriana indecisa ou ariano impulsivo. Só não assumo a idéia que isso se aplique a todo mundo sempre, pois não é regra geral, assim como nem toda mulher é frágil, nem todo homem é safado, nem todo corinthiano é maloqueiro, nem todo rico é educado, e ninguém precisa ser etiquetado e rotulado de acordo com nada.
É fato sim, que em diversos ambientes, seja no trabalho, na escola, na turma de amigos ou na família, você sempre irá encontrar alguém que se encaixa perfeitamente em alguma dessas características citadas nos horóscopos e por isso é que todo mundo vai julgar e pensar que você tem que ser igualzinho.
Para a maioria dos librianos, acredito eu, uma das principais peculiaridades comuns é a indecisão, vindo, no meu caso, com um senso de justiça aguçado. Se, para outras pessoas, escolher em que restaurante jantar, qual a roupa adequada para uma determinada situação ou o corte de cabelo que combinará mais com aquele momento são decisões simples e fáceis, para mim é um pesadelo. Mas me pergunto repetidamente se eu não seria assim, mesmo se tivesse vindo ao mundo em abril ou dezembro, mesmo se eu fosse homem ou tivesse nascido na china. O senso de justiça fala mais alto outra vez e me pergunto incansavelmente se sou aquele que se considera o centro do universo. O indivíduo preocupado consigo mesmo e seus problemas, e insensível às preocupações de outros. Quem saberá dizer? Como é possível saber? E como é possível não saber? Certamente, eu não ousarei responder.

E você, conhece todos os seus defeitos?

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