Aquele que poderia ter sido
Já parou pra pensar na sua vida e
ficou imaginando como ela poderia ter sido se você tivesse feito escolhas
diferentes das que fez até hoje? Se tivesse optado por uma outra profissão
diferente da atual, se tivesse se casado com aquela outra pessoa que sempre
desejou e nunca foi atrás, se tivesse viajado
e conhecido outros lugares do mundo ou se tivesse tido filhos, entre outras
coisas...quão diferente você seria hoje?
O meu seriado preferido, Friends, retrata esse tema em um episódio chamado Aquele que poderia ter sido (daí o nome da minha postagem, como homenagem a eles), onde mostram como seria a vida dos personagens, caso eles tivessem seguido caminhos diferentes: Se a Mônica ainda fosse gorda como era na adolescência, se o Joey não tivesse perdido o emprego na novela, se o Chandler tivesse seguido a carreira que queria, se o Ross nunca tivesse percebido que sua mulher era lésbica e se divorciado, se a Rachel nunca tivesse largado o noivo no altar e estivesse casada e se a Phoebe tivesse seguido outra profissão na bolsa de valores. E eles se perguntam: Será que estaríamos juntos agora?
Existem momentos na nossa jornada
em que todo o universo parece exigir que façamos uma escolha decisiva e
decisões assim quase sempre são difíceis de serem tomadas porque sabemos que uma
simples escolha de ir por um caminho em vez de outro acaba definindo como serão
os próximos muitos anos de nossa vida nesse planeta. Muitas vezes eu me surpreendo
imaginando como teria sido minha vida se eu nunca tivesse estudado mecânica,
mas se tivesse ido em busca de um sonho inicial na minha adolescência, que era
ser jornalista. Se eu tivesse abandonado o estágio na metalúrgica onde as
pessoas me tratavam como lixo e tivesse virado a mesa expondo minha insatisfação, será que eu teria seguido a área de metrologia e estaria hoje no instituto de
pesquisas onde trabalho? E se eu tivesse saído dessa empresa atual há alguns
anos, quando tive oportunidade, antes de conhecer e namorar a pessoa que hoje é
o meu noivo e futuro marido?
Imagino se eu tivesse casado com
aquele primeiro namorado, se nunca tivesse conhecido outras pessoas, se eu
tivesse ido para Ilhabela com as amigas no feriado, se eu tivesse ido na festa
de aniversário de uma delas, se eu nunca tivesse dado mancada. Imagino ainda se
eu tivesse saído de casa há alguns anos ou no mês passado ou se tivesse
concluído a Fatec, se estivesse solteira hoje ou se estivesse já casada. Indo ainda mais longe no devaneio, me pergunto
como seria a minha vida hoje se a escolha de meus pais tivesse sido outra,
naquele tempo em que eles decidiam por mim o que seria melhor para mim, se eles
nunca tivessem saído do nordeste, se eu tivesse sido criada lá e estivesse lá
até hoje, sem conhecer uma grande metrópole como São Paulo, sem enfrentar as
cinco ou seis horas de trânsito diário, sem ter feito nenhuma das escolhas que
fui obrigada a fazer na vida que foi escolhida pra mim, sem os amigos que fiz
ou as faculdades que cursei. Será que eu teria feito veterinária, seria
professora de educação infantil na escola das minhas primas, seria dona de casa
ou teria três filhos?
Me faz lembrar daquele filme, que
por sinal eu gosto bastante, chamado Amores Possíveis, comédia romântica
estrelada pelo Murilo Benício e a Carolina Ferraz, que conta a história de um
cara que se apaixona por uma garota e, diante das escolhas que ele faz naquele
momento, apresenta-se três versões possíveis para sua vida, dependendo de
pequenas decisões que ele tomou naquele tempo em que a encontrou. As três
possibilidades que o filme mostra são bem distintas e apresentam futuros
completamente diferentes para esse mesmo cara, o que me faz refletir sobre tudo
o que escrevi acima. Quão melhor ou pior seria nossa vida se a gente tivesse
pensado e agido diferente? O que estamos perdendo? O que estamos ganhando? A vida real não dá pra prever ou retratar como em um filme ou seriado, e acho
que as respostas para todas essas perguntas só ficarão por conta da imaginação mesmo,
(in)felizmente...
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