No embalo da rede



Tem tanta coisa acontecendo que é até difícil estabelecer uma ordem para os pensamentos e emoções. Esses dias eu estava refletindo sobre as pessoas com quem me relacionei nos últimos quinze anos e no quanto eu disse "eu te amo" para mais tarde ficar frustrada ao não entender muito bem o que aconteceu. A velocidade com que esses relacionamentos cresceram e morreram (para mim) fizeram com que eu começasse a questionar diversas coisas e fiquei impressionada ao deduzir que quando a gente finalmente pensa que aprendeu tudo o que precisava e que estamos no caminho certo, então vem a vida e nos mostra que está tudo errado de novo e que a gente não aprendeu nada, que talvez o convencional não seja adequado para todos os bilhões de pessoas no planeta e que ninguém precisa seguir um padrão para ser feliz. É muito difícil aceitar e compreender que a gente não precisa ser igual a todo mundo, por isso às vezes perdemos muito tempo tentando nos encaixar em um perfil que acreditamos ser o mais certo porque é aceito pela grande massa, mas quando seguimos o nosso coração, percebemos que o mais importante mesmo não é se encaixar no convencional, mas aceitar a si mesmo. E roda a vida de novo. Eu pensei nas pessoas que eu realmente amo e em quantos "eu te amos" eu disse pra essas pessoas nos últimos quinze anos...tão poucos, embora eu sinta muito. Lembrei de uma amigo que me disse, certa vez, que achava a coisa mais estúpida do mundo quando a namorada dele cobrava um “eu te amo”, pois segundo ele, quando se ama não é preciso falar a famosa frase, é preciso apenas sentir. Então eu percebi que talvez eu não precise mais desse amor romântico padrão que a gente encontra nos filmes, músicas e novelas. Não quero, e na verdade nunca quis, um caminho certo ou uma pessoa certa, porque as vezes o errado aos olhos dos outros é o que é certo pra gente e eu desejo nunca precisar dizer "eu te amo" pra essa pessoa errada que possa aparecer pra mim, mas que ele saiba exatamente o que eu sinto só de me ver chegar. Desejo nunca ter que rotular os nossos momentos, eu não quero e não vou demarcar tempo, porque quero algo sem começo nem final, viver sem fronteiras de verdade. Quero a liberdade de um espaço duvidoso entre as nossas conversas e palavras, um instante pra respirar, o medo de perder, de não saber nunca o que se passa na cabeça do outro. Eu não sou mesmo convencional hehehe...




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