Existe apenas um bem: o saber

Se existe um sonho maior que eu tenha nessa vida, ele certamente está escondido na luta constante por uma redução da minha própria ignorância, que no meu ponto de vista, é uma condição intrínseca de qualquer indivíduo, em diversos níveis e fases, independentemente de qualquer diploma ou estágio. Somos ignorantes quando não damos passagem no trânsito, quando empurramos uns aos outros no metrô, quando dormimos no banco reservado. Quando, sem argumentos, chegamos ao ápice e gritamos, xingamos ou levantamos a mão para os outros. Somos ignorantes natos quando não buscamos respostas antes de julgar, quando generalizamos, quando viramos as costas sem antes tentar.
Nesses 33 anos eu aprendi que o meu maior objetivo de vida é ser o menos ignorante possível, em todos os sentidos que se possa imaginar. Nem sempre consigo, claro. Erro todos os dias, na maioria das vezes sem perceber, as vezes percebo logo em seguida ao momento que passou. Como todos os outros ao meu redor, por vezes julgo precipitadamente, falo sem antes ponderar, escolho as palavras erradas, os gestos errados, no meu triste egocentrismo, esqueço de pensar em outro alguém que não seja eu. Passo pelo sinal fechado, Não presto atenção a aula, respondo impulsivamente, tornando-me pequena diante das minhas próprias razões.
Ainda assim, tenho esperança de um mundo melhor quando me permito, por um instante indagar: e se eu estiver errada? Então consigo finalmente pensar sob outra perspectiva, analiso logicamente os fatos e quase sempre concluo que está tudo errado!
Sonho com o dia em que serei capaz de enxergar com a nitidez necessária, quando me darei a chance de ouvir e falar, sem medo de ser subentendida ou subjugada, sem medo de assumir que mudei, com o sorriso sincero de quem assume o que é: um simples e eterno aprendiz. Talvez nesse dia eu saberei como é o sorriso de quem aprendeu a ser feliz.




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