Era tudo verdade...
Eu já escrevi aqui sobre alguns
seriados que adoro como o Arquivo X, o Lost, Dexter e Friends. Acho que já
assisti "Desperate Housewives" mais de mil vezes, mesmo assim eu realmente
não consigo enjoar; é como se eu conseguisse atingir uma certa serenidade me
transportando mentalmente para a “Wisteria Lane” e pudesse, por alguns minutos,
andar por aquelas ruas perfeitas, cheias de gramados impecáveis, casas maravilhosas
e cercados incrivelmente charmosos. Parece que cada vez que vejo um episódio
novamente, enxergo um novo detalhe que eu não tinha reparado antes, sob uma
ótica diferente, e cada vez me pergunto com qual personagem me identifico mais.
Bem, não fosse pela quantidade de filhos, eu diria que me identifico muito mais
com a Lynete Scavo do que com qualquer outra; pelo estilo, pela ligação com a
carreira e pela conexão com o marido Tom.
Acredito que tenho um relacionamento tão saudável quanto o dela, mas obviamente sem a carga emocional dos vinte e poucos anos (quem sabe um dia...). Falando em relacionamento, daqui a dois meses irá completar um ano que deixei a casa dos meus pais para assumir minha própria vida com a pessoa que amo e confio e estes últimos foram, sem dúvida os melhores meses da minha vida, mas não posso deixar de dizer os pontos difíceis, pois não seria uma grande experiência se não houvessem cicatrizes se formando. A verdade é que eu me descobri como dona de casa, não é que eu deseje largar a minha profissão ou a minha independência financeira (que também adoro, por sinal) para ficar em casa lavando, passando e cozinhando, definitivamente não é isto que quero dizer; mas eu realmente amo arrumar a minha casa. Adoro cuidar e organizar as coisas, o meu lar, mantê-lo bonito, limpo e organizado é uma questão de amor e não de obrigação, faço isto para mim, para que eu me sinta bem na minha casa e não pelos outros. Não é que eu seja uma neurótica hiper organizada e tal, porque realmente não sou, não mesmo rs...mas eu curto muito deixar o ambiente mais bonito, cheiroso e aconchegante. Desde quando me mudei eu invento coisas pra deixar o lugar legal e, como tenho sorte, encontrei um companheiro que também adora fazer arte (quase no sentido literal). Começamos com a geladeira, que adesivamos a porta de preto, ela era branca mas o forno micro-ondas preto, então não combinava; também fiz ímãs com as nossas fotos que eu mais gosto no sambapix e adorei, ficou bem legal. Fizemos muitas prateleiras: para o quarto, cozinha e banheiro; adorei todas; eu adoro prateleiras porque acho prático e ao mesmo tempo charmoso. O meu parceiro fez um jardim vertical pra mim, além de luminárias maravilhosas para quarto e cozinha; a da cozinha ele fez com uma garrafa de jack daniels e pisca-pisca de natal J... além disso, ele me fez um biombo maravilhoso com madeira e tecido, esse era o item que eu mais sonhava ter e ele transformou a nossa sala/quarto em um ambiente charmoso e confortável, pois colocamos uma das luminárias atrás dele, o que deixa o quarto com aquela meia-luz incrível. Também colamos adesivos nas paredes e tomadas, nos ladrilhos da pia da cozinha, no fogão; colocamos um quadro na parede da TV com a imagem de uma cerejeira que a gente comprou na Liberdade e acho linda. Eu aprendi a costurar e fiz algumas almofadas pra decorar o sofá; caprichei na escolha de utensílios e panelas, porta-copos, toalhas de mesa, panos de prato, móveis de madeira e todas essas coisas domésticas que deixam as donas de casa tão felizes (só que não rs)...
Acredito que tenho um relacionamento tão saudável quanto o dela, mas obviamente sem a carga emocional dos vinte e poucos anos (quem sabe um dia...). Falando em relacionamento, daqui a dois meses irá completar um ano que deixei a casa dos meus pais para assumir minha própria vida com a pessoa que amo e confio e estes últimos foram, sem dúvida os melhores meses da minha vida, mas não posso deixar de dizer os pontos difíceis, pois não seria uma grande experiência se não houvessem cicatrizes se formando. A verdade é que eu me descobri como dona de casa, não é que eu deseje largar a minha profissão ou a minha independência financeira (que também adoro, por sinal) para ficar em casa lavando, passando e cozinhando, definitivamente não é isto que quero dizer; mas eu realmente amo arrumar a minha casa. Adoro cuidar e organizar as coisas, o meu lar, mantê-lo bonito, limpo e organizado é uma questão de amor e não de obrigação, faço isto para mim, para que eu me sinta bem na minha casa e não pelos outros. Não é que eu seja uma neurótica hiper organizada e tal, porque realmente não sou, não mesmo rs...mas eu curto muito deixar o ambiente mais bonito, cheiroso e aconchegante. Desde quando me mudei eu invento coisas pra deixar o lugar legal e, como tenho sorte, encontrei um companheiro que também adora fazer arte (quase no sentido literal). Começamos com a geladeira, que adesivamos a porta de preto, ela era branca mas o forno micro-ondas preto, então não combinava; também fiz ímãs com as nossas fotos que eu mais gosto no sambapix e adorei, ficou bem legal. Fizemos muitas prateleiras: para o quarto, cozinha e banheiro; adorei todas; eu adoro prateleiras porque acho prático e ao mesmo tempo charmoso. O meu parceiro fez um jardim vertical pra mim, além de luminárias maravilhosas para quarto e cozinha; a da cozinha ele fez com uma garrafa de jack daniels e pisca-pisca de natal J... além disso, ele me fez um biombo maravilhoso com madeira e tecido, esse era o item que eu mais sonhava ter e ele transformou a nossa sala/quarto em um ambiente charmoso e confortável, pois colocamos uma das luminárias atrás dele, o que deixa o quarto com aquela meia-luz incrível. Também colamos adesivos nas paredes e tomadas, nos ladrilhos da pia da cozinha, no fogão; colocamos um quadro na parede da TV com a imagem de uma cerejeira que a gente comprou na Liberdade e acho linda. Eu aprendi a costurar e fiz algumas almofadas pra decorar o sofá; caprichei na escolha de utensílios e panelas, porta-copos, toalhas de mesa, panos de prato, móveis de madeira e todas essas coisas domésticas que deixam as donas de casa tão felizes (só que não rs)...
A verdade é que eu curti muito
tudo isso e continuo nessa "vibe", fico horas na internet pesquisando coisas,
como montar uma sequência de quadros decorativos na cozinha pra que fique retrô
e ao mesmo tempo moderno, por exemplo rs...entro nos mercados e lojas de
utilidades domésticas e fico babando, adoraria ter dinheiro pra fazer muito
mais, mas enfim, já fiz bastante coisa e a casa já está quase do jeito que eu
queria... mas a verdade mais pura é que nesse momento o que eu mais queria
mesmo era ter um pouco mais de tempo pra ficar em casa e curtir esse lar que eu
estou construindo, o que infelizmente tem sido impossível; nessa vida louca que
vivemos em São Paulo, correndo pra trabalhar, estudar e pagar as contas ao
mesmo tempo, acabamos ficando facilmente de doze a quatorze horas fora de casa, no
mínimo.
E aí é que mora o problema, é
impossível manter tudo sob controle quando se está fora desse jeito, então as
coisas nunca estão exatamente do jeito que espero. É maravilhoso ter uma
oportunidade de trabalho que me proporciona decorar minha casa do jeito que eu
sempre quis, mas reconheço que há dias em que saio de casa com dor no coração
por não ter o tempo que eu gostaria para curtir o meu lar (e olha que não tenho
filhos, no máximo deixo um gato e um papagaio me esperando...).
Essa pressão interna e externa tem
consumido muito a minha mente, de um jeito que não gosto, que não me deixa
feliz, que não me faz bem... porque acabo me identificando exageradamente com
as personagens do seriado, tentando controlar o que é obviamente incontrolável.
Pode parecer um pouco extremo, mas não é à toa que esta série começa com a Mary
Alice Young dando um tiro na própria cabeça, eu acho que existe realmente essa super
pressão que as mulheres fazem com elas mesmas, pra serem boas donas de casa,
boas esposas, boas mães, boas profissionais, boas estudantes e às vezes até
mais coisas ao mesmo tempo; eu acho que chega um momento em que a pessoa
percebe que não dá conta de tudo, mas nem sempre cai na real de que às vezes é
simplesmente humanamente impossível ter tanto na cabeça e não dar uma pane.
Ainda bem eu ainda não cheguei a este patamar, mas sinto que qualquer um pode
chegar e compreendo melhor cada uma dessas mulheres, já que muitos dos meus
dias recentes, pelo menos internamente, tem sido desesperador.
“Num mundo de escuridão, todos precisamos de algum tipo de luz. Seja ela uma grande fogueira que nos mostra como reaver tudo aquilo que perdemos, ou um poderoso farol a fim de afugentar possíveis monstros. Ou algumas poucas lâmpadas que nos revelem as verdades ocultas do passado. Todos precisamos de algo que nos ajude a atravessar a noite. Nem que seja a mais fraca luzinha de esperança.”
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