Coisas simples
Não gosto de Paulo Coelho, mas já
gostei. Uma das primeiras obras que li foi “O Alquimista” e, digam o que
disserem, até a hoje a mensagem que o livro passa ainda faz sentido pra mim. Na vida, a gente às vezes sai em busca de coisas que já estão ali do lado e a gente não consegue enxergar. Sempre
gostei das coisas simples da vida e fui conhecer primeiro o que não era
simples, percorrendo uma trajetória que, aparentemente, fez toda a diferença na
pessoa que eu me tornei. Quase sem querer, comprovei o que até já sabia, que só
se pode falar do preto quando se conhece o branco, do calor quando se sentiu
frio, do amor quando se conhece o que é desamor.
A vida meio que leva a gente por
alguns caminhos que a gente nem sempre entende porque, e nessa de não entender
eu passei por muitas a historias, situações, lugares e pessoas, procurando o
que eu, na verdade nem precisava encontrar, ou que estava ali do lado e eu não
percebi. Foi só um caminho, uma trajetória, e acho que começo a ligar os pontos
agora. “De novo, você não consegue
conectar os fatos olhando para frente. Você só os conecta quando olha para
trás. Então tem que acreditar que, de alguma forma, eles vão se conectar no
futuro. Você tem que acreditar em alguma coisa – sua garra, destino, vida,
karma ou o que quer que seja. Essa maneira de encarar a vida nunca me
decepcionou e tem feito toda a diferença para mim.”
No fim, as coisas simples da vida,
para mim são as melhores, pois sempre fui mais feliz quando não tinha um tostão
e um sorriso me bastava, quando vestia uma roupa velha quase rasgada, quando
comia na esquina ou saía pra andar sem destino. Shoppings, restaurantes, baladas
e outras coisas que todo mundo gosta, eu tinha que conhecer e curtir, até hoje
acho bom de vez em quando, mas não é quando eu mais sou feliz. Eu me encontrei
no balanço da rede em que deitei sem pensar, no colchão jogado no chão onde eu
podia rolar como um cão na grama. No fim de semana sem nada pra fazer, pegando
a bicicleta pra pedalar por aí, sem direção certa. Me encontrei no ônibus de
volta pra casa, nas conversas sem sentido, nas risadas extravagantes, nas
sem-razōes da vida.
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