Facebook x Vida Real


Assisti recentemente um documentário sobre o Mark Zuckerberg, criador do facebook, e fiquei pensando como esse negócio de rede social virou uma febre absurda de uns anos pra cá. Para mim, assim como para muitas outras pessoas, começou com o orkut e somente depois veio o face, deixando o primeiro quase extinto. O face eu uso até hoje e utilizo também o LinkedIn, que adoro e tenho ficado bastante surpresa com a popularidade que ele está ganhando no mundo empresarial. Eu realmente gosto dessas redes pelo fato de você ter mais um canal de comunicação com o mundo, pois por meio deles, podemos expressar nossas opiniões ou sentimentos e compartilhar coisas legais e que nos enriquece, com qualquer um do planeta, reencontrando pessoas que há muito tempo não vemos e saber o que estão fazendo... em outras palavras, podemos quebrar as barreiras geográficas que nos separam daqueles que gostamos e manter uma comunicação sem fronteiras... entretanto, como tudo nesta vida tem dois lados sempre, lamento que este tipo de ferramenta tão potente frequentemente seja utilizada apenas para fazer fofocas, piadas idiotas, difamar outras pessoas, entre outras dessas publicações que não acrescentam nada em nossa vida.
Eu ainda acredito muito na humanidade, e sempre que é possível, me dou uma chance de expandir o leque de amizades, conhecendo melhor as pessoas ao meu redor, mantendo o contato olho no olho, saindo pra conversar e trocar ideias e experiências...faço todo o possível para não perder um churrasco, uma noitada de pizza, uma saída pra beber, qualquer coisa que nos una e nos faça interagir, aprender, crescer, pois para mim, as relações humanas são o único portal para o crescimento interior. Na minha opinião, este é o principal aspecto positivo de estar em uma rede social, onde posso reencontrar colegas antigos da escola, sentir que ainda podemos ser importantes um para o outro, mesmo com a distância. Nossos números de telefone podem mudar com frequência, mudamos de endereço também, mas a conta do facebook estará sempre lá. Por meio desta ferramenta eu já tive a oportunidade de viajar para outro estado e rever uma amiga de infância, marcar encontros periódicos com grandes amigas com quem já trabalhei no início de minha carreira, rever pessoas da época da faculdade, da minha adolescência...e eu acho isso maravilhoso!
O principal aspecto negativo, entretanto, (na minha opinião) é quando as pessoas deixam de viver de verdade e passam a acreditar que toda sua vida está ali naquela página de internet, quando utiliza-se apenas para reclamações e difamações ou quando as pessoas fingem ser algo que não são na realidade. Às vezes vejo postagens tão esdrúxulas que dá uma vontade imensa de excluir a pessoa do meu grupo de amigos, mas não acho que seria uma atitude muito justa ou correta, pois eu teria que rever muitas das trezentas e poucas pessoas que fazem parte deste meu grupo, então prefiro assumir a situação integralmente, com suas vantagens e desvantagens. Fico muito chateada também quando vejo gente que aparenta se importar muito com as coisas quando, na verdade, não é realmente aquilo, tipo aquele falso moralismo sabe? Um exemplo disto é que marquei (via facebook) um almoço com duas primas que há muitos anos eu não via, embora a gente more na mesma cidade. Reecontrei-as apenas na rede e ficamos de conversinha, sabe, "que saudade", "faz tanto tempo que a gente não se vê", "tenho lembranças tão boas" e blablabla. Eu acreditei que seria legal a gente se reencontrar, pois nesta vida que levamos hoje em dia, morando na mesma cidade, às vezes no bairro vizinho, seria bem mais viável um encontro pessoalmente. Imaginei que teríamos mil coisas para conversar, pois ficamos anos e anos sem trocar uma palavra. Infelizmente isso acontece muito em minha família, pois acabamos revendo os familiares somente em velórios ou casamentos. Como as pessoas estão casando cada vez menos de uns anos pra cá (rs), acabamos por rever primos, tias ou tios, apenas em ocasiões tristes, e eu lamento por isto, acredito que deveria ser diferente. Ninguém é obrigado a se gostar só porque tem o mesmo sangue, mas se a saudade ou a vontade de reencontrar for verdadeira, por que não? Bem, no final das contas, eu acabei ficando plantada no shopping por uma hora esperando as minhas primas, no horário e local que havíamos combinado. Nenhuma delas apareceu e a única que me avisou que não poderia ir, alegou que estava ocupada ajudando o filho com um trabalho de escola, porém, no mesmo instante que recebi sua sms, haviam três postagens dela no facebook kkk... seria cômico se não fosse trágico...
...enquanto isso, na rede social, parecemos ter máxima importância na vida das pessoas, parecemos ser objeto de intensa saudade e afeto, parecemos ser muito do que não somos verdadeiramente para elas. São muitos cometários de "parabéns", "que linda", "lamento muito", "gostaria de estar aí" e isto é muito perigoso. Perigoso porque duvido que metade desses "cometaristas" estariam na sua casa ajudando a lavar a louça no dia que seu pai morreu, ou ajudando a trocar as fraldas do seu lindo bebê que acabou de nascer. Perigoso não apenas para um adolescente que não sabe nada da vida e acredita em conto de fadas ou palavras ao vento, mas para gente que tem sentimentos e ainda acredita na humanidade. Pode parecer exagero, mas o mais irônico mesmo é que logo depois do bolo que eu levei das meninas, eu encontrei uma terceira pessoa com quem eu havia marcado pra ver depois que saísse do almoço com elas. Essa pessoa compareceu no horário marcado, avisou quando estava saindo de casa e ainda pediu desculpas pela demora. E detalhe: o cara não curte uma postagem minha no facebook! J


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