Everything leaves a mark

Eu tinha coisas muito boas pra contar, eu juro, mas elas ficaram presas no momento em que eu deixei de ser o que eu queria pra ser o que esperavam de mim. Um dia eu sentei na calçada pra comer doritos e tomar uma cerveja com a minha melhor amiga, mas meses depois nós não éramos mais melhores amigas porque eu a decepcionei do jeito como decepcionei todos a minha volta, incluindo eu mesma. Os hematomas nos meus braços significam muito, mostram que eu me diverti pra caralho, que eu fui criança de novo, agindo conforme a minha vontade verdadeira, sem medo de nada, nem mesmo de me machucar. As brincadeiras depois de grande às vezes ficam mais legais do que quando a gente era criança...

Eu fui pra rua, botei a cara pra bater e conheci um monte de gente igual a mim, que não sabia muito bem pra onde ir, perdidos mesmo como eu. A gente foi seguindo rumos tão diversos que acabamos esquecendo uns dos outros e o ciclo da vida continuou como se nada tivesse acontecido. Eu fui deixando de lado tanta coisa e o mundo corrompendo a minha alma, mal sabem as pessoas mais jovens quanta coisa a gente sente voltar na nossa cara e quanta coisa nos mostra que somos meros mortais, com os mesmos defeitos e qualidades que as pessoas que a gente costuma criticar. Tudo se move em círculos.